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a sua própria agenda. A organização definiu como prioridades imediatas “a
produção de plantas, numa partilha entre as escolas e o Centro de Dia, sendo
que ao mesmo tempo está prevista uma recolha das memórias dos seniores
para criação de uma espécie de arquivo memorial sobre a importância das
plantas autóctones ao longo dos tempos”, revela João Pedro Cascalheira. Vi-rando
a página, segue-se a promoção de acções visando plantar os bosques
e os jardins com as referidas espécies, no firme propósito de uma mais efec-tiva
sustentabilidade dos terrenos. Entretanto, importa ter presente que a
conjuntura sanitária determinada pela pandemia motivou diversos períodos
de confinamento, de contornos bem restritivos para as gerações mais vulne-ráveis,
o que, ainda assim e aparentemente, não terá condicionado a realiza-ção
de várias iniciativas. Segundo o presidente do Centro Social, houve uma
enorme mobilização suscitada, por exemplo, pela iniciativa Fénix, num amplo
debate regional sobre as principais problemáticas e oportunidades do Baixo
Alentejo, e que resultou em espaço e tempo de comunicação radiofónica. O
projecto Com Vida foi convertido num programa de apoio aos seniores que
ficaram em confinamento, tentando minimizar os efeitos do isolamento. Foi
ainda criado o programa de rádio Avós com Voz, em que todas as semanas
têm a palavra utentes, familiares, colaboradores e outros parceiros, criando
pontes e dando a conhecer o trabalho desenvolvido por esta Instituição Par-ticular
de Solidariedade Social (IPSS). Inserida num contexto geográfico mui-to
particular como é o Baixo Alentejo, o Centro Social não pretende confinar
a sua actividade à região de Beja, interessada que está em alargar horizontes,
em especial quando se trata de promover – e praticar, até para dar o exemplo
e disseminar as boas práticas – o valor da sustentabilidade. E assim aconte-cem
múltiplas iniciativas e projectos diferenciadores, sobretudo no domínio
da integração comunitária e do desenvolvimento social. Num compromisso
com a inovação, ao encontro das verdadeiras necessidades das pessoas, como
o envelhecimento activo, a intervenção comunitária, a protecção da Nature-za,
a valorização dos saberes e tradições. O projecto Courela dos Avós passa
justamente por aqui. “E ainda bem”, diriam o presente e o futuro se soubes-sem
falar. Mas não faz falta dizer. O importante é plantar este conceito, esta
ideia, este modo de ser sustentável.
nível dos ecossistemas e biodiversidade, designa-damente
o Montado, o Matagal Mediterrânico, e
os habitats ripícolas e rupícolas, como forma de
regenerar a região na sua qualidade do ar, água,
estrato vegetal e solos, criando impactos positi-vos
no território”, explica-nos o presidente da Di-recção
do Centro Social Nossa Senhora da Graça,
João Pedro Cascalheira. O lema do projecto – “Se
faz de todos, com todos e para todos” – é, no es-sencial,
um piscar-de-olhos à sociedade civil, em
termos de participação e envolvimento dinâmicos
e, na mesma linha, um incentivo à criação de par-cerias.
Aproveitando as competências de todos e
colocando numa plataforma agregadora todos os
apoios necessários – ou, pelo menos, os possíveis.
O presidente da Direcção do Centro Social defen-de
que “as parcerias são o principal potenciador
deste projecto, tendo em conta que só faz sentido
o seu desenvolvimento com o apoio das entida-des
que queiram, de facto, associar-se”. E entre
as que já responderam afirmativamente, emerge
desde logo o Agroturismo Xistos e todo o espírito
de iniciativa que faz mover este espaço. Um lu-gar
onde acontece a magia das boas ideias e, por
isso, é palco de inspiração e engrenagem para o
Courela dos Avós. O Centro Social conta também
com a participação do Centro de Biotecnologia
Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo (CEBAL),
Câmara Municipal de Beja, Instituto Politécnico
de Beja, Instituto da Conservação da Natureza e
das Florestas (ICNF) – e, claro, o apoio do Crédito
Agrícola. Uma conjugação de esforços com tudo
para dar certo. O projecto Courela dos Avós tem
CA SUSTENTÁVEL