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dos fungos naturalmente existentes nas árvores
(micoflora natural) e já identificados pelo projecto
PineEnemy”. A fase terceira envolve “a aplicação
em campo, também conhecida por proof-of-con-cept”.
E, finalmente, a quarta tem a ver com “a
transferência de conhecimento à comunidade e
principais stakeholders”. É esta, na sua essência, a
espinha dorsal da investigação. Seguem-se os en-saios
de campo, ainda em condições controladas e
nas próprias instalações do INIAV. O que move, o
que mexe com esta equipa de ciência é “comprovar
que os fungos seleccionados mantêm as suas pro-priedades
antagonistas em relação a B. xylophilus
no seu hospedeiro natural, o pinheiro-bravo, em
condições naturais, salvaguardando, igualmente,
a sanidade da árvore”. O MycoExplorer irá estabe-lecer
CA SUSTENTÁVEL
ensaios, sob a tutela das autoridades fitossanitárias e em colaboração
com as associações de produtores florestais, “para testar os produtos no ter-reno”.
Entretanto, é de assinalar que o projecto regista uma dinâmica que não
pára. Apontando ao valor da sustentabilidade, no quadro das competências
do INIAV, a cooperação entre laboratórios de Nematologia apresenta resulta-dos
tangíveis e que prometem iluminar, com a luz da investigação frutuosa,
o nosso tecido florestal. Por falar nisso, neste contexto de ágil agregação de
competências, vemos outra intensidade no brilho do olhar da investigadora
responsável pelo Laboratório de Nematologia do INIAV (NemaINIAV), Maria
de Lurdes Inácio, quando frisa que “estas colaborações são para continuar”,
considerando que “só a conjugação de esforços e saberes e um grande empe-nho
em torno de um objectivo comum neste caso, mitigar os efeitos da DMP
permitirão desenvolver soluções com uma grande componente de inovação e
respeitando o pacto ecológico, condição indispensável para o futuro da filei-ra
do pinho em Portugal”. Projectos como o MycoExplorer, mobilizadores de
apoios concretos e de reconhecimento institucional, por via, nomeadamente,
da FCT e do Grupo CA, são bem eloquentes da excelência da investigação
que se faz em Portugal. “A equipa do projecto-matriz o PineEnemy, do qual
deriva, como referido inicialmente, o MycoExplorer está por isso muito grata
por tudo quanto nos incentiva a continuar a investigar e a fazer ciência, numa
lógica de cooperação real e que dá frutos”. E nós, CA Revista, não podíamos
estar mais de acordo com Cláudia Vicente.